terça-feira, 29 de março de 2011

SER MARIA É UM DOM OU UM KARMA DE TODAS NÓS

Quem escuta o nome Maria pensa logo na pureza, na Virgem Imaculada, esquece que Maria também era Madalena, mulher do mundo, mulher impura e rodeada de preconceitos e rótulos, mulher sofrida, mulher da carne. Não sou eu quem digo, está na bíblia. Madalena era Maria Madalena. E no BBB não foi diferente. Assim como Madalena, Maria foi julgada, quase apedrejada por seu passado, por suas fraquezas. Atenção, não implico aqui juízo de valor, não a defendo nem a critico pelo que já fez. Afinal, não fui tão longe, mas meu telhado também é de vidro. Ouso a dizer que não só o meu, mas de todas nós que carregamos nossas paixões, nossas perdições, nossos pecados.
Vou mais longe, tenho lá minhas desconfianças que Eva devia se chamar Maria Eva, afinal, toda mulher (católica ou não) traz dentro de si uma Maria e nada me tira da cabeça que eu também comeria aquela maçã. A Maria do BBB, isso aquela tonta, sem conteúdo a primeira vista, ganhou a simpatia das mulheres ao se entregar, ao não tentar ser competitiva com o mundo dos homens, ao não tentar ser a mulher auto-suficiente, independente e forte. Maria nos lembrou e nos chocou com a realidade que tanto esquecemos, mulher é emoção, mulher é furacão, mulher é paixão. É se jogar, seja no trabalho, seja na família, seja com os amigos, seja com os homens, sem medo de se estrepar, de cair de cabeça. Porque, afinal, somos tudo, menos o sexo frágil e não temos jamais o medo da derrota.
Maria foi o espelho para muitas de nós, Maria foi meu diário. Vi em Maria minhas ações passadas. Podem falar, zombar, criticar, gritar, mas só saio de uma relação quando EU não acredito nela mais, não quando me dizem. Vou fundo, dou o meu máximo e não me importo de ser taxada como humilhante, como burra. Quem venceu o Big Brother não foi uma simples Maria, mas sim todas as mulheres que já foram diminuídas por serem inocentes, por serem apaixonadas.
Já cantava essa pedra Milton Nascimento quando criou a letra: “...Quem traz no corpo a marca. Maria, Maria mistura a dor e a alegria. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida....”
Quem nunca foi Maria? Quem nunca se sentiu menos atraente, menos digna de alguém? Quem nunca foi imposta a acreditar que não merecia alguém? Que não poderia ter algo melhor? Mas se recusou a baixar a guarda, se recusou a escutar o grito da maioria? Que acreditou lá no fundo em si, e em meio a lágrimas sorriu para o grande amor, que era também seu maior inimigo? Quem nunca quis tanto alguém que se esqueceu de si? Esqueceu de quem estava ali, bem mais disposto ao lado? Quem nunca beijou por vingança? Quem nunca quis o gostinho do retorno da vida ao olhar o seu “Maumau”? Maria não apenas venceu por nós, mas nos vingou. Ahhh meu Maumau, sei que está lendo isso e te digo: mesmo em meio a lágrimas, a derrota de não te ter, eu me reergui, eu me levantei e, juro, bem mais forte. Não porque criei casca, mas porque aprendi que de feridas, eu não morro.
Maria venceu. O BBB em si não significa nada. É mais uma programação efêmera da Mídia de Massa. Mas a subjetividade da vitória da Maria fica. Fica como prova de que o jogo não acaba aqui. Ele apenas começou, pra ela, pra mim e pra vocês! Boa sorte a todas nós!!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

ARLEQUINS, COLOMBINAS E PIERROTS, A HORA É ESSA!!!

Ihhh meninas, vem chegando o carnaval!!! Isso me remete a farras, músicas e amores. Sim, amores. Não ficamos imunes a eles só porque é dia de folia. Afinal, foi no carnaval que Pierrot e Colombina se apaixonaram, mas também foi nesse mesmo carnaval que Colombina conheceu Arlequim. Triângulo amoroso em um mesmo salão onde Colombina ficou na dúvida entre a inocência de Pierrot ou a esperteza e sedução de Arlequim. Desde os primórdios, carnaval é sinônimo de confusão amorosa, onde uns saem felizes e outros decepcionados.
Então, é melhor não andarem por ai desavisadas, garotas! Existem milhares de Arlequins e Pierrots no salão, doidinhos pra bagunçarem a cabeça de suas belas Colombinas. Eu mesma já fui, uma vez, dominada por um esperto Arlequim e confesso... os estragos não se limitaram aos quatro dias foliões apenas.
Amores por si só já são cheios de mistérios e incertezas que nos fazem chorar, dão frio na barriga e uma ansiedade de matar. Pessoas como eu que estão mexidas por um certo alguém complicado, com uma história construída em alicerces de incertezas, mágoas e muitas lágrimas são iscas perfeitas para Arlequim, mas vão sempre em busca de um inocente Pierrot, na esperança de encontrar a tão sonhada tranqüilidade. Mas desde quando tranqüilidade combina com carnaval? Pois é, por isso é melhor ficarmos bem atentas para não cairmos nas armadilhas do Rei Momo.
São quatro dias de pura fantasia, magia e máscaras. Você pode ser quem quiser ser e encontrar qualquer tipo de personagem que imaginar no meio do percurso. Somos todos almas perdidas, sem rumo, sem identidade, sem futuro. Pensando apenas em viver aquele tênue momento fictício. E o amanhã? Ahhh esse “responda quem puder”.
São quatro dias para se sonhar, para se desprender do mundo, para se despreocupar. Aproveitem como quiserem, com quem quiserem... vão em busca de seus desejos e fantasias mais ocultas. Divirtam-se. Mas muito cuidado com as paixões carnavalescas, muitas vezes elas chegam sim na Semana Santa. (rsss). Cuidado com aqueles foliões despretensiosos, que chegam como quem não quer nada. São esses que levam seu coração e, talvez, só devolverão no próximo Carnaval.
Enfim, carnaval é tempo de amigos, de farra, de fantasias e piscadelas. Mas sabendo que o amor não tira férias e nem escolhe a hora certa de chegar, é melhor ficarmos mais atentas quanto aos mocinhos. Arlequim pode até chorar pelo amor da Colombina, mas o que vejo mais são Colombinas desesperadas chorando por seus Pierrots ou Arlequins. Não vamos dar bobeira nesse carnaval, amadas!!!! Saiamos todas para luta, para a farra, para a diversão, mas com olhos bem abertos quanto aos apelos do coração e, não esqueçam: “Bota camisinha, bota meu amor. Hoje está chovendo e não vai fazer calor”!