quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CUIDADO: HOJE VOCÊ BRINCA, AMANHÃ É BRINQUEDO

O que leva uma pessoa a ignorar a existência da outra? Por que tantas vezes não podemos ser simplesmente sinceros com nós mesmos e com os outros? Por que simplificamos o outro como objeto estático que não precisa de respostas, que não tem anseios e angústias? Por que é tão mais fácil nos sentirmos superiores quando alguém quer nossa presença, mesmo que simplória, por instantes, por recado, mensagem, telefone? É meio que uma imbecilidade nos colocarmos por instantes em um pedestal para depois perdemos algo de valor, pelo simples fato de aparecer pros amiguinhos, não?
É isso mesmo... é de você mesmo que tô falando, mocinho! Você que para não demonstrar fraqueza, sinceridade, não se render ao outro sem máscaras, sem personagens, ser apenas você, se esconde no mundo das canetas bics. Você que ao invés de dizer não estar mais afim, ou está, mas que ocupações cotidianas o prendem, se esconde no mundo dos ignorantes. Como sei o quanto você gosta de apelar já me retrato desde então. Ignorante no sentido de quem ignora, não de quem não tem conhecimento de causa, ok?!
Por que os homens fazem isso com tanta freqüência no mundo de hoje? Isso é ser homem moderno? Sei que a demanda está grande, que pra cada homem existem milhares de mulheres disponíveis no mercado e que alguma delas realmente não se importam em serem vistas como o lanchinho da madrugada, a escolhida da vez e que até se orgulham disso. Mas não acho que elas devam ser tomadas por base nas suas atitudes, ok? Ainda me vejo como pessoa e algumas de minhas amigas também. Alguém que tem sonhos, tem respeito, tem sentimentos e que joga aberto, joga limpo, sem medo do que isso possa vir a parecer socialmente.
Se você demonstra interesse, demonstra carinho, afeto, corresponde às expectativas do outro não significa amarras, não significa compromisso. Significa respeito e maturidade, apenas isso. Estar, conhecer uma pessoa e gostar da companhia dela não quer dizer ali que deva haver uma escolha: “ou fico com ela ou com meus amigos”. Os relacionamentos não são tão simplistas assim. Reconhecer o outro como alguém especial, dar a ele atenção, afeto, procurar saber do seu dia, da sua semana, como vai a sua vida fora o sexo de vocês não é algema, não é o que vai te prender a ela. É simplesmente amizade. Você se dá conta do quanto distrata alguém que está saindo quando simplesmente decide não responder mais às mensagens, atender sua ligação? Qual o problema de atender e dizer: olha, não tô mais afim, parti pra outra. Jogar limpo? Perder a foda certa? Querido, ignorando você já perdeu. E às vezes nem vem a ser o que acontece né? E mesmo assim você perde e não aprende. Ás vezes, aconteceram sucessivas coisas que te impediram de dar atenção àquela pessoa, mas que vocês gostaria de ter dado. OK, entendemos, mas não temos bola de cristal e seu lindo sorrisinho não irá desmanchar o estrago que você fez. Sinto muito, mas é preciso sim conversar.
Outro medo que não entendo é este de conversar. Quando um amigo fica bolado com você, quando alguém do trabalho fica estranho, você não conversa? Não coloca as coisas bem esclarecidas? O que muda em se tratando da mulher que você está saindo? Conversar é dar moral demais? Não, meu querido. Conversar é ser adulto. Quando temos um probleminha de entendimento, quando coisas ficam mal explicadas é preciso conversar, colocar tudo em pratos limpos para se seguir em frente com segurança.
Outro ponto sempre colocado é que homens não se ligam nessas coisas. Mentira pura, porque quando querem vocês conseguem ser bem educados e em alguns pontos até melosos. Vocês se ligam sim, mas só quando julgam conveniente.
Não quero aqui levantar questões de namoro, compromisso, casamento. Quando saio com você não estou realmente pensando em te arrastar pra um altar, mesmo porque pra isso você teria que valer muito mais do que demonstrar valer. Não quero e não preciso agora de alguém comprometido e dependente de mim, não nesse momento turbulento pelo qual passo. Mas também não acho certo se julgar digno de dividir momentos comigo, deitar na minha cama e não ter nenhum tipo de relação. Amizade e companheirismo é o mínimo que se pede, querido! Está ai o segredo. Quer saber mesmo como tratar uma mulher bem? Como deixá-la tranqüila? Trate-a como trata a seus amigos, com a mesma parceria, apenas isso. Por que com alguém que você divide momentos íntimos demais deva ser diferente que com seus amigos? Qual a lógica disso?
Eu realmente gostaria de entender qual a lógica de se ignorar alguém, mas não consigo, Não está em mim. Por educação até, se me mandam uma mensagem, respondo. Se me ligam, atendo ou retorno quando posso. Se me procuram pra conversar e não posso, explico. Se posso, ajudo com o maior prazer, sou uma boa ouvinte. Isso não é somente com quem amo, até com apenas conhecidos, porque isso não é demonstração de amor, é respeito. Respeito com a pessoa que está do outro lado, respeito comigo mesma. Eu nunca faço isso com os outros e não posso aceitar então que façam comigo. Ainda mais se tratando de pessoas que entram na minha intimidade, me conhecem como realmente sou, de um jeito que poucos têm oportunidade. Não dá pra entender tamanha covardia, simplesmente não dá.
Se você quer que uma pessoa desapareça da sua vida, assuma isso. Diga. Se não é o que quer, demonstre, cultive, seja presente, se importe. O que não pode haver é indiferença e oportunismo. Usar o outro como se usa um objeto e depois descartar.
Hoje quem sai magoada sou eu, mas amanhã certamente será você. Porque, embora ser ignorada doa muito, ser quem ignora seria para mim muito pior. Porque, triste, arrependida, decepcionada, eu ainda me mantenho humana, preservo a todo custo minha sinceridade e respeito, já você...
Pense nisso e se não for por mal que assim o faça, mude. Não comigo, mas com a outra que bate na sua porta e acaba de chegar.



Fotos retiradas do Google

terça-feira, 18 de outubro de 2011

E AI? QUAL A SUA TRIBO?

Existe uma dualidade constante quando se trata da vida em comunidade. Ao mesmo tempo em que as pessoas desejam ser diferentes, para se destacarem em meio à multidão e se fazerem sentir vivas, essas mesmas pessoas também querem ser iguais aos seus, querem ser aceitas pela tribo a qual pertencem. É meio complexo e ao mesmo tempo tão óbvio de entender.
Já nascemos com características que automaticamente nos colocam em determinados grupos e nos excluem de outros, é inerente a nós. É como nascer anão, ser magro, negro, branco, homem ou mulher. São separações naturais que vão se firmando à medida que vamos nos desenvolvendo. Na escola, meninas têm assunto de meninas, brincam com meninas, contam segredos para meninas. Meninos brincam de carrinho. Os populares se juntam no recreio, os excluídos também.
Mas e quando não se aceita a condição natural em que nasceu? Quando o homem se sente mais a vontade e quer na realidade estar rodeado de amigas? Ele gosta dos mesmos assuntos, se familiariza com seus gostos. E quando a menina na verdade quer ser menino? Quando a loirinha angelical que vai pro catecismo decide na puberdade que quer o cabelo raspado, roupas pretas e tatuagem de dragão nas costas? Isso se transforma em pesadelo para a divisão de castas sociais? São aberrações? O que essas pessoas buscam de fato?
O desejo de sermos únicos, de fazermos diferente é comum a todos os seres humanos. Cada um busca a sua maneira se encontrar, descobrir seus verdadeiros gostos, se desprender das amarras sociais (outros desejam se prender a essas amarras). Na fase adolescente isso é chamado de rebeldia. Mas para mim vai além de ser um rebelde, é quando na verdade o individuo toma forma, ele descobre seus reais valores e vai em busca do seu encontro. É quando ele diferencia o que a sociedade tenta impor para ele ser e o que ele realmente é. Quando uma pessoa decide fazer uma tatuagem por exemplo ou colocar um piercing hoje, vai muito além de uma mera rebeldia. O grupo dos tatuados não é mais aquele de antigamente, ligado aos presos e marginais. A tatuagem ganhou status de linguagem corporal. É mais uma forma de expressar um sentimento, um momento, marcar uma história em seu próprio corpo. É um estilo de vida. Quando um senhor de idade decide deixar o cabelo crescer, montar em sua moto e rodar o mundo, é o grupo dos maluco-beleza?
Independente da idade ou da fase em que nos encontramos, estamos o tempo todo em busca de nossa individualidade, na busca constante por nossa essência e, ao mesmo tempo, queremos encontrar aos nossos semelhantes. Queremos ser diferentes, mas jamais sozinhos. E, ao buscarmos nossa diferença, esquecemos do direito do outro de ser diferente. Queremos nos desprender das amarras sociais, julgamos fútil e mesquinha essa divisão de castas, mas condenamos o tempo todo àquilo que não entendemos. Um grupo heterossexual condena aqueles que são homossexuais, os julgam menores, aberrações, desprovidos de razão. Já os gays cismam em qualquer conversa afirmar que todos são na realidade gays, só não se descobriram (já ouvi isso trocentas vezes). Pessoas tatuadas demais e com estilo liberal são taxadas de sujas e vulgares pelo grupo de patricinhas e mauricinhos, elitistas sociais. Bares alternativos, por outro lado, não vêem com bons olhos um grupinho mais elitista e “bem vestido” freqüentando seu ambiente, viram motivo de chacota e até mesmo de intimidação.
Ser diferente é nosso desafio, essa descoberta é o que nos faz ir além. Descobrir nosso grupo de afinidades, nossa tribo é o melhor presente para o fim da solidão, mas precisamos entender que cada um tem seu grupo, cada um tem suas escolhas e impor as nossas é o mesmo que manter o sistema na mesmice. O que faz o mundo girar e as pessoas crescerem é exatamente a pluralidade das formas. O mundo seria muito sem graça se fosse só de uma cor. Tem harmonia mais linda que as diferentes cores de um arco-iris? Uma orquestra não tem futuro se for composta de um só tipo de instrumento. Respeitar o espaço do outro, aceitar as diferenças, conviver com o que parece bagunçado pode ser no inicio assustador, mas tente encarar, aposto que será divertido!



Fotos retiradas do Google

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

AS INQUIETAÇÕES NOS FAZEM ANDAR PRA FRENTE

Sempre descontente com o rumo que as coisas tomam, sempre buscando mudanças, angustiada, nervosa, se consigo uma coisa aqui já penso naquela que não consegui ainda. Em constante inquietação, uma quase depressão. Esta sou eu e qualquer semelhança com você não é mera coincidência.
Se a vida fosse só felicidade, se somente coisas fáceis aparecessem. Se não tivéssemos adversidades, momentos de dúvidas e superações como poderíamos querer mudar? Como pensaríamos em evoluir? Quando tudo caminha bem a tendência para todos nós é a acomodação, é nos contentarmos com aquilo que já temos. Relaxar os ombros, nos jogarmos na poltrona, pegar o controle remoto e não mais levantar. Belo sonho? Até certo ponto né?
Como férias indeterminadas, passar ai uns bons meses sem um turbilhão de coisas, seria sim até bem quisto. Mas duvido muito que eu e você conseguiríamos viver assim o resto da vida. Aposto um braço que procuraríamos qualquer coisa em nossa mente para nos inquietar, buscaríamos qualquer frustração para sair da inércia. Está em nós essa busca constante pela perfeição, não há como escapar.
O que seriam dos meus textos sem meus problemas? O que seria do meu blog? Porque coisas resolvidas, vidinha feliz até dá algumas páginas, mas não passariam de umas 10. O que me motiva a questionar, me faz contestar, me indignar são meus momentos de fraqueza, meus momentos de dor, minhas dificuldades, meus desamores. A felicidade traz o ar de plenitude e a plenitude não precisa ser compartilhada.
Uma pessoa sem inquietações, sem obstáculos seria um perfeito imbecil. Não teria a grande chance de aprender, não tiraria lições dos seus erros, não aprenderia compaixão nas suas decepções, não saberia o valor de perdoar e ser perdoado. Não cairia em tentações. Ai, as tentações... o mundo seria tão sem graça sem elas. Gosto dos meus acertos, vibro com eles. Curto minhas vitórias, mas admito que nada me faz crescer mais, nada me faz aprender mais do que meu erros, minhas cabeçadas, minhas escolhas equivocadas. Adoro saber que tem um mundo gigante lá fora e quantidades infinitas de possibilidades, que tudo tem 50% de chance de dar certo e 50% de chance de dar errado. E que, como num jogo de xadrez, é preciso se raciocinar muito antes, relembrar dos passos já tomados de maneira equivocada, respirar fundo e só depois decidir que peça mover desta vez. É fantástico saber que pode-se vencer aquela partida ou perder e que é assim com todo mundo. Mas o melhor de tudo, depois vem sempre outra partida, outra chance, outro adversário, outro tabuleiro. Ninguém pode ser o melhor, mas pode-se fazer o melhor, aprender. É isso, a vantagem é ser sempre o aprendiz!
Eu poderia ficar aqui enumerando as vantagens de estar em constante mutação, de dizer que quando penso que quero tal coisa, já mudei de direção sem nem ao menos perceber, mas outro tema já está aqui me perturbando. Outro assunto vem surgindo no meu caminho e eu preciso prosseguir. Afinal, até um chute na bunda faz a gente andar pra frente né?rsss.



Fotos retiradas do Google