quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A CADA PARADA UMA NOVA BAGAGEM

A cada vez que partimos de um lugar sentimos o medo, a saudade apertar, um desejo do novo, a apreensão pelo desconhecido. Porque quem parte de um lugar sempre chega a outro. Mas o que ficou pra trás não fica onde estava, carregamos sempre na nossa mala de recordações e, com o passar do tempo, ela pesa viu?!
A cada vez que voltamos a um lugar, ele já não é mais o mesmo. É como diz o ditado: não se pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, ele não é mais o mesmo e nem você. Sempre que retornamos, a cidade já não é a mesma, as histórias de vida que se passaram na sua ausência a modificou, as pessoas se modificaram e você com mais experiência também se modificou. Na verdade, cada volta é como se fosse a primeira visita, pois nada mais é igual.
Quantas vezes não voltamos àquele lugar onde tivemos momentos tão maravilhosos? Histórias com pessoas inesquecíveis? E ao tentarmos recuperar tudo que já vivemos ali nos parece tão estranho? Pode tanto se perder a graça como ser ainda mais interessante, mas igual jamais! E quando se trata de pessoas? Quando tentamos retomar um namoro ou uma amizade perdida? Parece que vai dar tudo certo no inicio não é mesmo?
A agitação do recomeço nos deixa sempre inebriadas e com a certeza que dessa vez será melhor. Será como antes com desfecho diferente. Mas ai a pessoa já parece não ser aquela que você conheceu, ela se tornou estranha no corpo de um conhecido (não é pra te aliviar, mas você pra ela também). Pode ser que essa “nova” pessoa te encante mais e vocês se redescubram ainda melhores juntos. Pode ser que ela já não corresponda às suas expectativas e a frustração se torne inevitável, mas eu só posso garantir que aquela pessoa, aquela do passado, independente de como seja de agora em diante, aquela não volta mais.
Por isso, quando deixarmos alguém pra trás, quando precisarmos partir é importante mantê-lo por perto de alguma forma ou aceitar que ele não será mais o mesmo quando voltarmos. Certas estações são mesmo passageiras.
Viemos ao mundo em um imenso trem e, em cada estação que descemos conhecemos gente, sentimos cheiros, experimentamos alimentos, tocamos em objetos, registramos tudo na nossa memória, guardamos as coisas gostosas na mala da recordação e seguimos a viagem. É assim que tem ser, mesmo quando relutamos, mesmo quando adiamos a próxima partida.
Tentar reviver o que ficou pode ser um grande erro, ao nos iludirmos com a possibilidade de sermos os mesmos de antes, adiamos uma nova chegada, um novo destino. E isso com grandes chances de nos decepcionarmos com a possibilidade daquela pessoa não estar mais lá como antes, daquele abraço já não encaixar, daquele perfume ter mudado, daquele objeto ter sido retirado, ter se quebrado. É como chegar em uma estação, mas o trem já ter passado. Perdemos o time, chegamos tarde demais.
Se não deu certo um lugar, uma pessoa, uma estação é possível que não fosse pra ter dado mesmo, era como férias, passageiro, somente para nos enriquecer com experiências, nos marcar e seguir adiante. Quem precisa te acompanhar nessa viagem, quem estará ao seu lado, dá sempre um jeito de ficar. A vida se encarrega de juntar.
Por isso, não relute contra a próxima partida, não adie a viagem. Tem dia que se parte, tem dia que se chega. É sempre assim... cada estação é uma nova história, uma nova parada, mas a única certeza é o trem!


Fotos retiradas do Google

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

NÃO É COMO FAZER XIXI EM PÉ

Não sei se é porque a maioria das casas de entretenimento são propriedades masculinas ou se é pela confusão que se faz de direitos iguais com tratamentos iguais entre os sexos, mas que existe um grande equivoco quanto à diversão para mulheres, ahhh isso existe.
Um dia desses fui a um clube das mulheres para matar a minha curiosidade e me divertir com minhas amigas e, o que assisti foi exatamente a um show de strip-tease tal qual em um filme para homens, só que com mocinhos no palco e não mulheres. Sim, um show de bizarrice, grosso modo.
No começo do show, os rapazes entram fantasiados, geralmente de médico, cigano, policial e outros imaginários masculinos (é porque só um homem pode achar que isso nos traz virilidade) , daí começa a música e... se preparem meninas é de abrir o queixo e querer sumir... eles puxam uma mulher para o palco, uma mulher qualquer da plateia, a tacam na parede, passam a mão em suas partes íntimas, dão tapas na sua cara, puxam o seu cabelo, sentam no seu colo, roçam seu membro nela, a apalpam, expõem-na ao ridículo do sexo explícito com roupa e terminam com aquele sorriso no canto do rosto, achando que estamos todas no extremo da excitação.
É ai que eu questiono até onde os homens são desentendidos ao ponto de acreditar que nossos sentidos são estimulados como os deles no simplório: tato e visual e até onde nós mesmas não queremos ser simplistas a esse ponto, achando que assim seremos igualadas a eles?
Não é nos anulando, anulando nossas diferenças que alcançaremos os mesmos direitos que os homens, não temos que ter tratamentos iguais em tudo, nós não somos iguais. Existem diferenças biológicas, químicas, físicas, psíquicas que não podem ser descartadas e nem queremos isso. Mulheres são mais complicadas que isso...
Pra que abrir mão do galanteio, da sedução, dos arrepios na nuca quando nos deparamos com um rapaz que sabe o momento certo de te tocar com firmeza e o momento exato de te soltar com delicadeza? Para ser vista como uma mulher moderna, independente e “racional”? Então, para ter os mesmos direitos, ser feministas, é preciso abrir mão do feminino? Só seremos mulheres feministas se aprendermos a fazer xixi em pé?
Não é por esse caminho que devemos nos enveredar, não precisamos anular sentimentos, anular nossas sensações, nossos prazeres para sermos vistas com respeito. Só alcançaremos de fato nossa independência e nosso devido respeito quando percebermos e perceberem que somos diferentes, que somos mais complexas que tudo isso. Só teremos um divertimento de qualidade quando levarem em conta nossa real vontade, ao abrir uma casa de entretenimento como essa. Que precisa passar sim pelo erotismo, pela pegada pesada, pelo suor etc. Que precisa de uma virilidade como nós mocinhas gostamos de ver, sem muito rebolado, sem se sentir tão ridícula na frente das amigas e sem levar aquilo demais na brincadeira, como esses eventos acabam sendo para boa parte de nós.
Talvez algo que misturasse uma (mesmo que falsa) sedução, galanteio, que nos fizesse sentir desejadas, que nos surpreendesse ou ainda que fosse apenas sexo pago, mas que fosse mais elegante, discreto, mais um ambiente de festinha privado e menos show de calouros...
Difícil? É... não disse que seria fácil nos satisfazer, mas estamos dispostas a ajudar com várias dicas. E aí? Quem está disposto a tentar?




Fotos retiradas do Google