quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A ARTE DE SE DIVERTIR DEPOIS DOS 30


     Andar de patins e se apaixonar depois dos 30 pode ser perigoso. Eu diria quase fatal. E vou explicar a relação....

    Quando você é adolescente e se arrisca nos patins, os tombos só geram alguns arranhões e rapidamente você está lá, em cima das rodinhas de novo, arriscando suas manobras radicais e rindo dos tombos que já levou. Nos namoricos também. Quem nunca se machucou numa paixão avassaladora e dois dias depois nem se lembrava mais do digníssimo rapaz? Meia hora de voltinha na rua já proporcionava um novo amor, uma nova descoberta, uma nova história. Capítulos curtos preenchiam grandes livros.
       Agora vai arriscar subir nas quatro rodinhas depois dos 30? Meu Deus, o equilíbrio já não é mais o mesmo, a dificuldade de sair do lugar, a dor nas pernas, o medo quase surreal de tentar fazer uma pequena curva. E o freio??? Gente, o freio é inalcançável. Como eu conseguia frear alguns anos atrás? Talvez seja a mesma explicação para eu não saber nem mesmo frear uma relação que desce ladeira abaixo desgovernada. (rsss) A gente simplesmente perde a noção de como parar.
     Se apaixonar depois dos 30 é sinal de alerta integral. Os movimentos são mais pesados, se envolver e depois virar na curva já não é tão simples, demanda uma estratégia planejada em longo prazo. (Eu mesma vou precisar de mais umas cinco ou seis andadas pra arriscar uma curva nos patins e mais uns cinco ou seis meses para me arriscar em outra relação). Depois dos trinta as coisas ficam bem puxadas.

       Mas isso não significa que não possa ser ainda mais divertido. Andando com meus belos patins no final de semana, me deparei com várias trintonas arriscando no “velho” brinquedo novamente e posso dizer que a alegria de estar ali, sobre aquelas rodinhas, que agora são obstáculos bem mais difíceis, estava estampada no rosto de cada uma. Nos divertimos com a nossa nova percepção de um mesmo objeto e lugar. Algumas, mais corajosas esqueciam por instantes do que passaram momentos antes e se jogavam em alta velocidade, ao que gritavam minutos depois: Socorro, eu não sei parar. E todas caíamos numa gargalhada uníssona. Pode ser mais difícil, mas também se tornou bem mais prazeroso. Aproveitar cada segundo, cada superação torna uma coisa que era tão boba, como andar de patins (ou se apaixonar), bem mais valiosa. É isso. Aprendemos a dar mais valor depois dos 30. Damos valor até mesmo ao chocolate. É, porque depois dos 30, um bombom vai, milagrosamente, todinho pra cintura. Mas isso já é papo pra outro post.
     Enfim, andar de patins, skate, ski, bicicleta ou se apaixonar depois dos 30 se torna um heroísmo. É extremamente gratificante, proporciona uma satisfação imensa, mas é preciso vencer barreiras pesadas, que com a carga que trazemos se tornaram bem complicadas. Ficamos mais receosas, ressabiadas, mas também não choramos à toa. Aprendemos a arte de gargalhar de nós mesmas e até a sermos solidárias umas com as outras. Entendemos melhor da dor e nos ajudamos, seja num domingo de sol ou sexta de chuva. Descobrimos que o segredo todo da felicidade está somente na leveza
   Então, se joga nessa vida com seus patins e seus amores, com ou sem proteção de quedas, mas seja feliz sempre!!!! 

Fotos retiradas do Google / Vídeo do youtube 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

CANSEI DE TUDO, INCLUSIVE DE VOCÊ!

           
Sem nem ao menos saber o porquê, eu fiquei um bom tempo sem conseguir escrever. Não que nada aconteceu, não que eu estivesse calma e muito menos sem assunto. Mas eu simplesmente não sentia vontade nenhuma de escrever. Isso me inquietou, me sufocou em certos momentos e eu pensei: eles não podem tirar isso de mim. Eles não podem tirar isso também. E foi ai que eu percebi que eu não conseguia escrever porque certas coisas se esgotam por si mesmas.

            Certas pessoas nos esgotam tanto que nem falar sobre elas conseguimos. É como se quiséssemos desabafar, mas só de pensar a respeito o cansaço já nos assola. Foi assim por esses dias... E não foi uma pessoa apenas que causou essa estafa generalizada, foram várias. Eu percebi que na verdade estou cercada por parasitas sentimentais.
       Não que as pessoas não podem ter suas vidas, não que elas precisam viver me paparicando e me procurando o tempo inteiro, mas percebi que em minha volta falta reciprocidade. Não sei se foi causada por mim ou se só percebi agora, só sei que não está legal e não tenho que me conformar com isso. Não adianta tentarem me enquadrar onde não me encaixo. Se parece certo pra você, OK! Bom pra você, mas pra mim não e independente da sua opinião, eu não vou aceitar mais isso. Não vou aceitar me sentir doada, me sentir levada a estar sempre por perto a todo custo de quem eu gosto e não ter o mínimo de retorno em cima disso. Não se trata de cobrança, se trata de troca.
           
É muito cômodo as pessoas dizerem que não têm tempo. Não ter tempo para o outro implica em ele não perder mais tempo com você. Fica só essa dica. Cansei de escutar que as pessoas não são obrigadas a agirem como quero, têm liberdade de fazer e serem o que quiserem e amizade é você aceitá-las como são. Não, não é. Isso é se impor. A amizade vai além disso e a convivência também. Quem não demonstra interesse por mim, não merece meu apreço e minha gratidão. E a amizade? Bem a amizade que vá pra puta que pariu junto com você, inclusive.
            A partir de hoje fica estabelecida a minha solidão, fica aceita a minha e somente minha companhia. Se você irá desfrutar da minha presença por alguns instantes? Não sei... vai ter que batalhar por isso. Chegou a hora de ver quem luta por mim, cansei de lutar pelo sentimento dos outros, de ser menor que os outros. Aceito minha reclusão de palavras, aceito minha reclusão de pessoas, mas, principalmente, aceito minha reclusão de alma!
            O que você levou de mim pode ficar pra você, faz parte do jogo e nesse eu já perdi faz tempo.

Fotos retiradas do Google / Vídeo Youtube

            

terça-feira, 4 de junho de 2013

MÉMORIAS DE UM AMOR NÃO VIVIDO

     Como contar ao mundo algo que não aconteceu? Mas como não aconteceu se foi tudo tão real para nós dois? Ter um amor não vivido é deixá-lo sempre dentro do coração e, de uma certa maneira, desistir antes mesmo dele ser amor.
    Quantas vezes não encontramos uma pessoa e vemos nela qualidades que ela mesma não acredita possuir? E não tem como colocar um espelho na alma e fazer com que essa pessoa enxergue o quão bonita ela é, pois as máscaras e as cicatrizes que ela impôs em si já não permitem qualquer tipo de reflexo. E, dessa maneira, ela cria uma barreira indestrutível entre você e ela. Lutar contra essa barreira cansa, desgasta, fere e ela não sai do lugar.
      Eu quis viver esse amor. Imaginei nós dois vencendo nossos medos, nossos traumas, nossas antigas angustias. Imaginei você me amparando e eu te segurando. Imaginei que pudéssemos nos cuidar, nos amar, criar uma cumplicidade e um companheirismo em um mundo só nosso. Acreditei que a Dorothy conseguiria dar coragem ao leão, coração ao homem de lata e cérebro ao espantalho.
        Eu construí um mundo de Oz tão bonito para nós, mas você não quis habita-lo. Você me sabotou em todas as investidas e, como uma guerreira, eu lutei, lutei contra a dor, contra a rejeição, contra a sua autopiedade, mas não poderia lutar contra você dentro de você. Já era uma luta perdida e eu, como boa guerreira, não consegui enxergar. Preferi morrer por dentro e tentar te salvar. Foi uma batalha em vão.
        Saber a hora de recuar também faz parte das estratégias de um bom guerreiro. Eu quis muito viver esse amor, eu quis muito te amparar em meu peito, te ninar para dormir, contar histórias ao anoitecer e acorda-lo com beijos de bom-dia. Mas antes de cuidar, eu percebi que também preciso de cuidados. Antes de amar, eu percebi que também preciso ser amada. Eu não posso ser a mãe de alguém que nem mesmo é órfão. Eu não posso me doar, doar, doar e não ter de volta nada para substituir toda essa energia desprendida. Dar sem receber não é amor, é apenas caridade.

  Eu me preocupei tanto em te conquistar, em te dar segurança, em te dar minha admiração que não percebi que em nenhum momento você se preocupava em me conquistar, em nenhum momento você tentou me admirar, em nenhum momento você tentou me dar a segurança necessária para acreditar nos seus sentimentos. Eu percebi, enfim, que acreditei em nós sozinha.
            Te deixar partir vai ser mais uma dor. Mas quando eu arrisquei, no fundo eu sabia que teria um prazo de validade curto, eu sabia que você era perecível demais. Só quero que você saiba que eu tentei, eu quis, eu lutei e que poderia ter sido tanta coisa. Poderia ter sido amor, poderia ter sido cumplicidade, poderia ter sido afeto, mas você escolheu ser saudade. Uma pena...

Fotos retiradas do Google / Vídeo do Youtube

segunda-feira, 25 de março de 2013

UMA DOSE DE ATITUDE, POR FAVOR!


          Hoje li uma frase da escritora Fernanda Mello que me fez refletir: “O que mata o ser humano é a falta de coragem”. Realmente, essa frase resume tudo que venho conversando com algumas amigas, resume tudo que venho observando nos relacionamentos, principalmente com os homens.
     É verdade que o mundo mudou, mas também é verdade que os homens enfraqueceram.  Já viram como tem homem frouxo no mercado? Gente, a falta de atitude impera nos mocinhos e nem a minha bravura está dando conta mais dessa situação.
      Em uma análise eu até arrisquei dizer que isso é consequência de dois fatores: oferta em excesso e medo da independência feminina, mas vamos combinar, que se fodam os motivos né? Cansei de criar desculpas pros filhotinhos da mamãe. Cresce, amadurece, larga a mamadeira e a gente conversa.
      Sim, é verdade que a mulher se desvalorizou muito. Sim, é verdade que hoje elas vão em busca dos caras e eles perderam o faro de caçadores, estão perdidos e amedrontados. Sim, é verdade que a quantidade de mulher pra cada homem faz com que eles não queiram se prender a uma só. Porém, isso se explica quando se trata de novinhos né? Quando a quantidade vale mais que a qualidade da pessoa que tem ao lado. Mas vamos combinar? Passou dos 30 já é puxado ficar amarrando bode em qualquer esquina.
     Tudo bem, eles têm muita oferta. Tá chovendo mulher na horta deles. As mulheres tomaram conta do pedaço, chegam e fazem todo o serviço. Eles só precisam comparecer ali. Ficaram mal acostumados, mas assim como eles reclamam que as mulheres hoje não se dão ao valor, são qualquer uma, eu também não quero um fraco do meu lado. Eu quero O HOMEM e não um moleque qualquer que eu tenha que decifrar tudo o que o mimadinho deseja. Eu sou mulher demais pra aceitar qualquer menininho amedrontado. Quando se deparam com uma mulher que não dá as cartas, não faz joguinho, eles simplesmente não sabem o que fazer.
      Se acostumaram com o joguinho do “eu ligo quando EU quiser”, “eu decido quando quero te ver”, “vai ser assim”. E como as mulheres estavam achando graça nessa vida de “machistas” onde elas podiam sair, pegar geral, não se apegar e ser solteiras, elas curtiam. Era jogo pra elas, era jogo pra eles. Só que os fofos perderam o faro de vez mesmo. Tem mulher que simplesmente não quer isso, não topa esse joguinho, não participa dessa brincadeira e ai? Ficam todos como baratas tontas sem saber pra onde correr?
            Tratar o todo como uma parte que é o grande erro. Esperar que todas as mulheres sejam iguais é nivelar por baixo demais e, com isso, eles estão perdendo o fio da meada, estão ficando em defasagem de novo. Mulher mesmo quer o homem com atitude. O homem que demonstre interesse, que não a deixe pensar demais, porque, meu amigo, todo homem de verdade sabe que se deixar a mulher pensar demais, ela vai abrir mão de você. Mulher age por reação. Ela quer se sentir cortejada, quer se sentir desejada, quer carinho, mimo e não existe fogueira de sutiã que vá mudar isso. A mulher precisa se sentir segura para passar segurança, precisa se sentir desejada para demonstrar sentimento.
     O que eu cansei de ver homem a fim de uma mulher, mas a cozinhando numa festa pra fazer bonito pras pessoas e parecer desinteressado. Já inclusive me deparei com essa situação. O cara chega, cumprimenta, faz uma graça, diz que vai ali cumprimentar uns amigos e some. Ai dá duas horas da matina o fofo aparece. Filho, a Cinderela vira Gata Borralheira à meia-noite e sinto em informar, a carruagem vira abóbora. Depois disso, perdeu sua chance. Volta pro final da fila, aprenda com a lição e espere sua vez. Como assim, Brasil, eu vou ficar com alguém na madrugada, no fim de noite? Sou Mc Donalds não, gente, pra virar lanchinho da madrugada da galera. Cria tento, menino! Nem se você fosse mais bonito. Nem George Cloney teria vez!
      E quando o cara começa a ficar ocupado quando você liga, te tratar com desdém e frieza? Só ele pode ligar e você atender, só ele pode procurar. Dá pra mim não, gente. Ou quer ou não quer. Ou curte ou não curte. Ou arrisca ou desiste. Esse negócio de meio-termo nunca foi comigo.
      A verdade é que homem tem que ter colhão. Tem que saber o que quer e não ter medo de correr atrás. Não está faltando homem no mundo, está faltando é homem que preste. Só que entre os “meia-boca” e nada, eu fico com nada mesmo. Porque papai gastou dinheiro demais com talquinho Turma da Mônica e Johnson & Johnson pra eu sair por ai aceitando qualquer migalha. E você? Vai entrar pra esse jogo ai onde você não dá as cartas e fica só na espera? Espera de um telefonema, espera de um encontro, espera de um beijo, espera de uma atitude? Ou vai chutar o balde e dizer: Eu sou mais eu!
       Porque, fofa, quando você aprende a se amar de verdade mesmo ficar com outro passa a ser uma escolha e não necessidade e isso, meu bem, faz toda diferença!  

Fotos retiradas do Google

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

PERDIDA NA LOCOMOTIVA DO TEMPO


           O tempo passou. Disseram que seria tão mais fácil viver sem você com o tempo.  Os machucados se tornariam apenas cicatrizes. Me lembrariam o que passei, mas não doeriam mais. Mas não tem sido assim. Dói a cada dia a mesma dor, como se a ferida aberta fosse impossibilitada de fechar.
            Disseram pra tentar enxergar outras pessoas a minha volta. Pra me dar a chance de conhecer um outro alguém. Eu tenho tentado, sério. Não me olhe com essa dúvida. Sim, eu tenho tentado, mas todas as pessoas se adiantaram num processo que não me encaixo mais. Eu fiquei lá pra trás. Eu sei, você me disse que meus sonhos acabariam comigo. Mas como podem pessoas mal se conhecerem, se beijarem e já quererem simplesmente ir pra cama? O conhecer, a descoberta, o encantar não interessam mais? Pulam-se as etapas. O beijo já é aperitivo sexual, o sexo já não pode ser tímido e comedido, é preciso se fazer aulas de malabarismo ou entrar pro Cirque Du Soleil se quiser realmente causar boa impressão no rapaz. E depois? Ah... depois de um beijo e uma noite de sexo onde tudo já foi experimentado, já não tem mais graça, melhor então procurar outra pessoa. E onde fica a parceria, o companheirismo? As tardes com passeios ao ar livre? O escurinho do cinema? As flores? Pois é, coitadas das rosas que perderam a finalidade do seu exalar de amor tão natural, serão vendidas a quem?
 Você levou o melhor de mim com você. Você conhece todos os meus pontos fracos, cada parte do meu corpo que gosta de ser tocada. Você se lembra que eu dou gargalhadas sozinha? Às vezes até mesmo dormindo? Se lembra que uma palavra mal encaixada pode despertar o furacão adormecido em mim e me fazer protestar como se estivesse no auditório da ONU lutando pelo fim da fome na África? Você não vai admitir, mas se divertia e admirava minhas convicções, meus princípios e meus ideais. Via em mim a personalidade mais forte que já encontrou, a mesma personalidade que te assustou e te afastou, mas que você por muitos momentos admirou.
Você está por ai, vivendo com as cartas que tem no momento. Aceitando e se deliciando nesse jogo superficial de amores por uma noite, de paixões com data de validade já vencida. Eu sempre soube que você se adaptaria melhor a tudo isso. Eu sempre soube o quão mais fácil seria pra você esquecer de mim. E você também sempre soube que eu não encontraria o que sai pra buscar tão fácil assim. É verdade, você jogou isso na minha cara na última vez que nos falamos. Eu sei. Pode ser que você esteja certo, mas com você ou com qualquer outro, não daria pra ser assim.
Eu queria muito que você me visse agora, visse o que sinto. Queria que você tivesse a capacidade de sentir pelo menos uma vez, para que entendesse tudo que se passa dentro de mim e quem sabe assim conseguiria me responder o que de tão errado há em mim.
Eu não pertenço a esse mundo de ofertas baratas, não aceito menos do que quero ter. Já aceitei que talvez seja melhor ficar sozinha mesmo, sem expectativas de encontrar alguém diferente nesse mundo tão igual. Porque no final estão todos sozinhos mesmo, não é verdade? Mas ai, quando eu penso nisso não deixo de me lembrar como era estar com você. Como me sentia tão feliz e ai,volto a me sentir mal. Porque você não vai voltar, não quer voltar. Mas você foi o único que chegou bem perto do que realmente busco! Só você me conhece tão bem a ponto de não precisar me explicar o tempo todo. Só com você eu não preciso me desculpar. Mas você está legal, encontrou a sua tribo e não vai voltar. Não, você não vai voltar!

Fotos retiradas do Google/ Vídeo do Youtube: Mariah Carey - Against all Odds

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O MUNDO ESTÁ CONTRA VOCÊ OU VOCÊ QUE ESTÁ CONTRA O MUNDO?


            As pessoas me assustam com suas síndromes persecutórias e seus acessos de personalidades e humores múltiplos. Não venha me dizer que tem lógica, porque até mesmo eu que sou dada a atitudes de psiquê duvidosas não consigo entender essas façanhas.
            Tudo bem que cada pessoa teve seu percurso na vida e suas experiências dolorosas podem levá-la a usar de escudos para se proteger de novos ataques, dores, decepções e mágoas. Mas daí a sair atirando pro alto e pra todos os lados é meio suicida não? Levar qualquer comentário, brincadeira, tentativas e ações dos outros como algo escuso contra você é uma paranoia que poderá te levar à solidão extrema. Porque, na boa, ninguém aguenta tamanha oscilação de humor a todo tempo.
            Confesso que comecei por apenas analisar essas atitudes de longe, tentar ajudar do meu ponto e deixar para que o próprio tempo alertasse a pessoa sobre as injustiças e atrocidades cometidas por ela como desculpa de sua pseudo autoproteção, mas não deu. Porque pessoas assim conseguem contaminar qualquer tipo de ajuda e relacionamento que você possa vir a esboçar e tudo fica doentio em volta. É difícil dizer, mas eu tenho pena de gente assim.
            Eu sei, tá bom, pena é algo muito ruim, mas é inevitável em situações como essas. Com pessoas que precisam estar mal com alguém, brigar com alguém, ter a quem culpar de tudo. Pessoas que simplesmente não conseguem enxergar uma ajuda, não conseguem entender que existem pessoas ruins sim, dissimuladas sim, que vivem para fazer o outro sofrer sim, mas que existem milhões de pessoas boas para contrabalancear também. A grande dificuldade é reconhecer e diferenciá-las. Eu sei que a atitude mais fácil e cômoda é tratar a parte como o todo e se trancar. Mas fará bem a quem? Se trancar do mundo e não dar chances para quem pode em muito te acrescentar não é se negar a viver e se permitir? Não é estancar no tempo? Porque ninguém sai do lugar se não tiver uma mão para puxar.
            Eu posso ter meus defeitos, aliás tenho milhões dele que posso enumerar aqui, mas nunca me fecho para o novo, para o outro. Não posso culpar alguém que acabo de conhecer por atitudes passadas em contextos que ele nem existia. Não posso descontar em fulano a dor causada por beltrano. Até mesmo a dor causada por um fulano qualquer não me priva nunca de perdoá-lo e me disponibilizar para quando ele precisar. Não acredito que eu tenha o poder de me vingar pelo que me fizeram. Quando alguém me fere com palavras ou atitudes isso voltará para o ofensor, mas não sou eu quem devo devolver, pois senão ficaremos nesse ciclo sem fim. Então, eu não sou idiota quando estendo a mão a quem um dia me deu às costas. Eu simplesmente perdoo e deixo seguir seu caminho e, ao verificar sua queda, vou estender a mão para  ajudá-lo a subir. Essa é minha essência, é o que aprendi. Se é egoísmo, altruísmo, bondade, estratégia? Não importa. É como me sinto melhor, como consigo deitar minha cabeça no travesseiro.
            Se você nunca recebeu carinho, amor, respeito e compaixão de forma gratuita, não vai saber doar. Porque somente podemos dar aquilo que possuímos. Mas eu fui criada dessa maneira e é o que tenho em mim para oferecer.
            Então, entenda de uma vez por todas, o que passou não terá volta e o que você me fez não poderá mudar as decisões que tomei quanto a isso, o que não significa que seremos inimigos e farei mal algum a você um dia. Quando você se vira para alguém e o ofende irá atrair somente energias como essas pra você. Por isso tanta queda, por isso tantas coisas ruins e sem explicação sucessivas vezes em sua vida. Não existe praga, Deus não está contra você, não é falta de sorte. É apenas a vida devolvendo o que você dá a ela o tempo todo. Pense nisso! Se perdoe e perdoe aos que estão a sua volta. Estenda sua mão e aceite as mãos que te estendam com humildade e gratidão. É muito fácil dizer que o mundo está contra você, difícil é admitir que você é que está contra o mundo!

Fotos retiradas do Google