As pessoas me assustam com suas síndromes persecutórias e
seus acessos de personalidades e humores múltiplos. Não venha me dizer que tem
lógica, porque até mesmo eu que sou dada a atitudes de psiquê duvidosas não
consigo entender essas façanhas.
Tudo bem
que cada pessoa teve seu percurso na vida e suas experiências dolorosas podem
levá-la a usar de escudos para se proteger de novos ataques, dores, decepções e
mágoas. Mas daí a sair atirando pro alto e pra todos os lados é meio suicida não?
Levar qualquer comentário, brincadeira, tentativas e ações dos outros como algo
escuso contra você é uma paranoia que poderá te levar à solidão extrema. Porque,
na boa, ninguém aguenta tamanha oscilação de humor a todo tempo.
Confesso
que comecei por apenas analisar essas atitudes de longe, tentar ajudar do meu
ponto e deixar para que o próprio tempo alertasse a pessoa sobre as injustiças
e atrocidades cometidas por ela como desculpa de sua pseudo autoproteção, mas
não deu. Porque pessoas assim conseguem contaminar qualquer tipo de ajuda e
relacionamento que você possa vir a esboçar e tudo fica doentio em volta. É difícil
dizer, mas eu tenho pena de gente assim.
Eu sei,
tá bom, pena é algo muito ruim, mas é inevitável em situações como essas. Com
pessoas que precisam estar mal com alguém, brigar com alguém, ter a quem culpar
de tudo. Pessoas que simplesmente não conseguem enxergar uma ajuda, não conseguem
entender que existem pessoas ruins sim, dissimuladas sim, que vivem para fazer
o outro sofrer sim, mas que existem milhões de pessoas boas para
contrabalancear também. A grande dificuldade é reconhecer e diferenciá-las. Eu
sei que a atitude mais fácil e cômoda é tratar a parte como o todo e se
trancar. Mas fará bem a quem? Se trancar do mundo e não dar chances para quem
pode em muito te acrescentar não é se negar a viver e se permitir? Não é
estancar no tempo? Porque ninguém sai do lugar se não tiver uma mão para puxar.
Eu posso
ter meus defeitos, aliás tenho milhões dele que posso enumerar aqui, mas nunca
me fecho para o novo, para o outro. Não posso culpar alguém que acabo de
conhecer por atitudes passadas em contextos que ele nem existia. Não posso
descontar em fulano a dor causada por beltrano. Até mesmo a dor causada por um
fulano qualquer não me priva nunca de perdoá-lo e me disponibilizar para quando
ele precisar. Não acredito que eu tenha o poder de me vingar pelo que me
fizeram. Quando alguém me fere com palavras ou atitudes isso voltará para o
ofensor, mas não sou eu quem devo devolver, pois senão ficaremos nesse ciclo
sem fim. Então, eu não sou idiota quando estendo a mão a quem um dia me deu às
costas. Eu simplesmente perdoo e deixo seguir seu caminho e, ao verificar sua queda,
vou estender a mão para ajudá-lo a
subir. Essa é minha essência, é o que aprendi. Se é egoísmo, altruísmo,
bondade, estratégia? Não importa. É como me sinto melhor, como consigo deitar
minha cabeça no travesseiro.
Se você nunca
recebeu carinho, amor, respeito e compaixão de forma gratuita, não vai saber
doar. Porque somente podemos dar aquilo que possuímos. Mas eu fui criada dessa
maneira e é o que tenho em mim para oferecer.
Então,
entenda de uma vez por todas, o que passou não terá volta e o que você me fez não
poderá mudar as decisões que tomei quanto a isso, o que não significa que
seremos inimigos e farei mal algum a você um dia. Quando você se vira para alguém
e o ofende irá atrair somente energias como essas pra você. Por isso tanta
queda, por isso tantas coisas ruins e sem explicação sucessivas vezes em sua
vida. Não existe praga, Deus não está contra você, não é falta de sorte. É
apenas a vida devolvendo o que você dá a ela o tempo todo. Pense nisso! Se
perdoe e perdoe aos que estão a sua volta. Estenda sua mão e aceite as mãos que
te estendam com humildade e gratidão. É muito fácil dizer que o mundo está
contra você, difícil é admitir que você é que está contra o mundo!
Fotos retiradas do Google
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