quarta-feira, 21 de abril de 2010

QUANTOS AMORES TEMOS EM UMA VIDA?

Há quem diga que temos direito a apenas um amor verdadeiro em nossa vida. Há quem diga que na verdade são dois: aquele infantil, passageiro e inocente e aquele com quem dividimos e compartilhamos todos os dramas e espetáculos de uma mesma existência. Em quem devemos mesmo acreditar?
Se tivermos direito a apenas um amor para compartilhar nossas alegrias e tristezas, acho então que é meio uma loteria, onde poucos conseguem ter a sorte de achar o seu. Se forem dois, então tudo bem o primeiro. Já sei até quem foi o meu, mas como saber se não estou queimando cartucho ao procurar o segundo? Eu mesma posso confidenciar que já tive dois amores, então estou mesmo fadada a passar o resto da vida sozinha? Minhas chances já se foram? Cruel não? Ninguém mandou ter o dedo podre, né?
Pode ser que eu fique sozinha, pode ser que daqui a 10 anos eu encontre alguém que me acrescente algo, que valha a pena arriscar e compartilhar meus mais profundos tesouros, mas pode ser que amanhã apareça alguém. Isso significa que se for amor tem que durar pra sempre? Temos limite de amores e prazos longos de duração?
Então eu não posso encontrar um amor arrebatador amanhã, que dure apenas uma estação e se vá, mas que vai me marcar e ficar gravado em minha memória pra sempre, num lugar em que nenhum outro amor possa encontrar? Eu não posso me entregar completamente a alguém que irá desaparecer em sua forma física em poucas horas, mas que valerá sua existência pelos poucos minutos de prazer que nenhum outro conseguirá substituir? Isso não poderá ser considerado amor?
Se for mesmo para ter amores em fórmulas como aqueles de novelas ou filmes para dizer que vivi um amor, então abro mão desses amores. Quero continuar sentindo o frio na barriga por aquele “Don Juan” que eu sei que não vale um ovo cozido, mas que me faz sentir viva e plena em seus braços. Quero sentir o gosto da chuva caindo em minha boca, no intervalo de um beijo quente e doloroso, por saber ser ali nossa despedida. Quero amores de estações diferentes, amores de sintonias diferentes, porque sou de fases, assim como a lua, e gosto que meus amores me acompanhem em cada nova etapa. Também não abro mão da minha solidão, do meu momento de “stand by”, onde me preparo para as próximas emoções.
Eu não quero números exatos para sentimentos inexatos. Não quero ter que racionalizar aquilo que somente é comandado pela emoção. Eu quero mesmo é viver, viver cada amor, cada paixão e, se acharem que valeu a pena a experiência, podem também retornar, para que possamos viver outras formas de amar. Se tivermos direito a números exatos de amor, então já não é mais amor, porque não podemos mensurar aquilo que vem do coração.

domingo, 11 de abril de 2010

ONDE ESTÁ A ALMA GÊMEA?

Será que existe mesmo uma alma gêmea, alguém que carrega a metade de você, a metade da sua alma, apenas esperando o dia de te encontrar para enfim se transformar em um só? E aqueles então que se separam? Aqueles que passam a vida sozinhos? Não tiveram direito a sua alma gêmea ou são almas perdidas? Qual a garantia que temos então que encontraremos a alma gêmea durante a vida?
Com toda sinceridade, acho demasiadamente simplista a teoria de uma alma gêmea a minha espera. Então eu não preciso fazer nada? As pessoas com quem me relaciono também não? É apenas torcer para sermos a alma gêmea e senão for assim... a culpa não é de ninguém? Fácil não? Então você não precisa se dedicar a um relacionamento? Você não precisa demonstrar afeto, lutar por um ideal, ceder, manter viva a paixão? Basta ter a certeza que é sua alma gêmea e a felicidade eterna já está garantida?
Se for realmente assim, eu prefiro então ter perdido a minha alma gêmea de vez, espero que ela tenha nascido lá no Japão ou então na forma de planta, porque alguém que já se acomoda ao fato de ter nascido um por outro, alguém que já acha a maior das vantagens você já estar ao lado dela, não serve pra mim. Eu quero é alguém que me conquiste todos os dias e que eu precise conquistá-la, que tenha dúvidas 3 ou 4 vezes em uma mesma semana se realmente nós fomos feitos um pro outro, que discorde de mim, que brigue pelos seus objetivos, que antes de ser meu namorado, lembre-se sempre é que um individuo e que como indivíduo se contenta em viver consigo mesmo e, se estamos juntos é porque decidimos, escolhemos por nós mesmos. Alguém que enfrente os obstáculos, o mau-humor, as adversidades junto comigo por escolha, por vontade própria e que tenha consciência disso. Jogar a culpa no destino ou se acomodar aos fatos, não me serve.
Eu nasci sozinha e espero poder morrer assim, então é óbvio que durante o caminho também posso segui-lo sozinha. Não tenho medo da solidão, mas tenho pavor da acomodação e do descaso. Pode ser sozinha ou com alguém, o que não pode faltar em nenhum momento é paixão e conquistas diárias, porque é isso que aquece meu coração, é isso que realmente completa a minha alma.

terça-feira, 6 de abril de 2010

MOMENTO PROFISSIONAL

É preciso ter certeza do que realmente se procura para se encontrar o caminho? Confesso que, desde o dia em que fiz minha inscrição para a faculdade até os dias atuais, não tenho plena convicção de que de fato encontrei meu destino. Passo horas a fio tentando imaginar se sou feliz com a profissão que escolhi, se quero fazer isso o resto da minha vida, mas o que encontro nesses pensamentos é sempre uma enorme incerteza. Será que isso acontece só comigo?
Não vou mentir que quando penso em escrever, pode ser num papel e caneta ou no computador, apenas o ato de escrever, isso já me excita. Sim, a única certeza que sempre tive é que minha vocação está nas palavras, mas e o resto? Tento me imaginar no futuro e não consigo visualizar uma posição profissional ideal, aquela que eu quero alcançar e, com isso, me sinto perdida, bem perdida... Já estou na idade e no momento de saber o que quero e buscar por isso, seja qual caminho for, mas é exatamente essa luta contra o tempo que me desespera. Somos obrigados a respeitar prazos sempre, desde crianças, e não temos nunca o direito da dúvida. Mas até onde todos vocês são tão seguros ao ponto de exigirem isso de mim assim?
Ser jornalista é uma paixão, um desafio, mas a falta de reconhecimento ou até mesmo o destino que tracei não é de fato onde eu sempre quis chegar. Mas os sonhos de menina não podem atrapalhar a felicidade de mulher? O fato de se sonhar conquistando o mundo e sendo uma profissional respeitada e renomada não acaba impedindo a gente de enxergar até onde já chegamos e o que realmente somos?
Tem dias que eu acordo satisfeita ou saio do trabalho orgulhosa do que produzi, mas há outros que dá vontade de chutar o balde e começar tudo de novo, sem medo do que possam pensar ou contestar. Depende do momento, depende do meu temperamento. Mas a dúvida não é o combustível para o prazer? Enquanto eu me questiono, brigo comigo mesmo, não é de fato quando realmente estou vivendo?
São muitas inseguranças quanto ao meu destino, muitos tropeços e questionamentos de minha conduta, mas a pressão que nos fazem e que nos fazemos é o que realmente atrapalha toda a nossa caminhada. Escolhemos muito cedo que caminho tomar e, em dado momento, este caminho se torna sim irreversível. Não porque estamos velhos, não porque estamos menos sábios, mas porque o olhar dos outros e a pressão psicológica já sugaram nossas energias e engoliram nossa perseverança.
Quero ser uma boa profissional, quero dar conta de me manter de pé sozinha, quero conseguir alcançar meus objetivos na bravura e na garra, mas antes de qualquer coisa, eu quero mesmo é ser feliz e encontrar, ficar lado a lado, com a tão sonhada paz. Quero envelhecer sabendo que tenho uma cama quente pra dormir e uma cadeira de balanço para refletir o que vive. Quero olhar pra trás e dizer: valeu à pena ter chegado até aqui! Mas será que consigo?