sábado, 16 de janeiro de 2010

É POSSÍVEL SER FELIZ SOZINHA?

Sempre jogamos a nossa felicidade para o futuro, na espera que tudo venha a ser diferente. Esperamos pelo emprego perfeito, pela casa dos sonhos, roupas da estação e viagens exóticas, mas, principalmente, esperamos sempre pelo homem ideal, pela cara metade, para então nos considerarmos felizes. Mas e se ele simplesmente não existir? Ou, se por ventura apenas, não o encontramos no meio da caminhada?
São questionamentos que sempre nos fazemos e, é óbvio, que damos as mesmas respostas: a felicidade é agora, independe do amanhã, independe da companhia. Mas e lá dentro? É isso mesmo que esperamos e pensamos?
Confesso que tenho preguiça dos namoros comuns. É... Comuns, daqueles que um anula a existência do outro que passa a ser um reflexo do primeiro. Mas também não posso negar que estou sempre caçando uma nova paixão, uma nova faísca para iluminar os meus dias e fazer valer à pena usar toda essa maquiagem cara que compro. Alguém que faça meu coração acelerar, que me faça contar as horas no relógio à espera de vê-lo passar. E isso não seria então uma maneira de jogar a minha felicidade sob a responsabilidade do outro? Não seria então a minha felicidade uma completa dependente do outro e livre de mim mesma?
Por outro lado, nada me faz tão feliz quanto meu quarto fechado, sem ninguém lá dentro, apenas eu. Adoro minhas conversas e discussões intensas comigo mesma. Gosto de ver meus filmes, chorar sozinha, andar no shopping e até ir ao cinema sem ninguém. E juro que não consigo me visualizar anos a fio com uma mesma pessoa, um ser tão diferente de mim, que não me enxerga a fundo como eu me enxergo. Acharia um desperdício e uma traição comigo mesma.
No fundo, eu gosto de paixões, gosto delas platônicas ou reais, gosto de pegar, morder, arranhar ou apenas sonhar. Isso. Eu sou uma eterna apaixonada! Mas, além das minhas paixões constantes, eu também sou feliz lendo um livro, descobrindo novos caminhos e me excitando com novos projetos. Sou feliz quando dou gargalhadas idiotas com minhas amigas ou quando simplesmente resolvemos filosofar sobre a vida, como estou fazendo agora. Sou feliz quando encontro toda minha família reunida, quando vejo os anos bem vividos de minhas lindas vovozinhas. E, é ai que eu descubro que a minha felicidade está na soma das minhas tristezas, dos meus sofrimentos, que são inerentes a mim, com o meu aprendizado, minhas amizades e paixões. E descubro que sozinha não posso ser feliz, mas que também não preciso estar em par para então desfrutar da alegria de viver.
Pode ser que eu não encontre um alguém pra vida inteira, mas pode ser também que eu nem esteja procurando. O que não significa que não serei feliz. Pode ser que eu encontre e até me torne uma namorada comum e isso me faça feliz. Mas, com toda sinceridade, acredito mesmo que a felicidade é sinônimo de paixão, paixão que pode ser por um novo flerte, paixão por um novo livro, pelo velho vestido ou chocolate. Uma paixão acompanhada de um homem ou não, mas com certeza tem que ser uma paixão.

Um comentário:

  1. É amiga, adorei esse texto, me fez refletir muito... e sabe de uma coisa, te invejo, pois acho que jamais poderei ser feliz sozinha! Eu penso muito nisso e até sofro com isso, pois se eu não conseguir achar minha cara metade serei apenas parcialmente feliz, ou nem serei feliz! Adorei o texto, adorei pensar sobre isso....

    Beijão amiga, continue escrevendo, seus textos são ótimos!

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