segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E AI? PRONTAS PRO DESFILE?

Já faz certo tempo que o culto à beleza tem sido um comportamento comum na sociedade, a busca exacerbada pela perfeição física atinge até mesmo as crianças. Antes queríamos brincar de boneca, hoje elas querem maquiagem, sapatos de salto e têm séries especiais na academia. Um grande exemplo disso é Suri Cruise, que se comporta e se veste exatamente como sua mãe.
Não é apenas pela falta de infância e pela puberdade adiantada que lamento, mas principalmente pela perda de valores, pela superficialidade com que as pessoas dessa geração irão se encarar. Já sinto isso bem real nos relacionamentos de hoje, que dirá em como ficará para a geração de Suri e os filhos de Victoria Beckham.
Sinto um profundo pesar quando conheço uma pessoa boa, legal, que teria tudo para ser alguém interessante, mas se perde no caminho quando inverte as prioridades na vida. Estudar pra quê? Bora pra academia!
E isso não é só uma atitude feminina como muitos pensam, foi-se a época em que se podiam culpar as garotas da propaganda de cerveja. Homens têm ficado cada vez mais metrossexuais. Mas não de uma maneira saudável como se cuidar mais, se preocupar com a saúde, bem-estar e em agradar as mulheres. Nesse mundo de modelos não cabe mais ninguém, a não ser seu ego.
Quando uma pessoa entra no mundo dos perfeitos já não sobra espaço para mais ninguém, se olhar no espelho já se basta. Quantas pessoas você vê nas academias se deliciando em frente ao espelho consigo mesmas? Essas mesmas pessoas não conseguem se relacionar com mais ninguém, porque ninguém consegue chegar aos seus pés, só elas são perfeitas. Se cuidar, tentar manter o corpo legal, segurar a balança, se alimentar pensando na saúde e na velhice é mais que válido, é correto. Não defendo aqui o sedentarismo. Homens se cuidando, cortando os cabelos, os pêlos, se barbeando com cremes descentes, cuidando da roupa é bonito para nós, faz bem pros olhos, traz conforto vê-los assim, mas pra tudo existe um equilíbrio.
Não quero uma pessoa desleixada, sem preocupações com higiene ao meu lado. É uma demonstração de interesse também estar bonito para um encontro, mas não é tudo. Ter um bom papo, saber-se fazer interessante, prender alguém por um conteúdo, escutar, se interessar pela vida do outro é o que sustenta uma relação, o que nos faz transformar a paixão em ternura, carinho, respeito, admiração e amor.
Posso achar um gostosinho de academia uma delicia, mas de boca fechada. Cinco minutos de conversa e enxergarei um imbecil na frente, será como sair com um carinha de 7 anos de idade. E, nem seu tanquinho tentador me segurará ao seu lado. Embrulhos podem ser bonitos, mas o que guardamos são os presentes, aquilo que vem dentro. O embrulho só serve mesmo para a apresentação inicial.
Para segurar a onda do dia-a-dia, para me conhecer despida (não me refiro só a ausência de roupas, mas como sou por dentro), para ser um companheiro de jornada é preciso ter conteúdo, ter jogo de cintura, humor, sensibilidade, conhecimento e amadurecimento. É preciso ter certa inteligência para me contestar quando eu estiver errada, argumentar, se fazer notar em minha vida. Ser alguém ao meu lado e não escondido entre músculos. Relacionamentos entre modelos perfeitos não tem liga, não tem conexão, não convence. De tanto amarem imagens, eles não conhecem mais o concreto.
Para segurar a onde de uma vida a dois e de uma vida adulta é preciso muito mais que halteres, pesos e supinos, não se segura a vida nem relacionamentos no muque, no braço, mas sim na cabeça e no amadurecimento. De tanto olhar pra si as pessoas estão se esquecendo do que realmente importa, do que se leva de bom, do que teremos na velhice: lembranças, pessoas e fatos. Imagem não é nada!


Fotos retiradas do Google

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