quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SINCERIDADE: DIPLOMACIA OU GROSSERIA?

Até onde vai sua sinceridade? Existe um limite para ser sincero? Excesso de sinceridade é grosseria? Você realmente consegue ser sincero em todos os momentos da sua vida? Quando uma pessoa é sincera demais com você, ofende? Todo mundo que se diz sincero realmente é sincero ou a sinceridade está escassa?
São muitos os questionamentos que tenho quando o assunto é sinceridade. Mesmo as pessoas tendo banalizado o seu significado e a cada nova entrevista de emprego dizer: qualidade que tenho – sou sincero, tenho minhas dúvidas na veracidade dessas informações.
Sinceridade parcelada não é sinceridade, ofender gratuitamente o outro também passa longe de ser uma pessoa sincera. É mais fácil você ser apenas um mal-educado do que realmente ser sincero. Eu mesma confesso que tento e, na maioria das vezes, consigo ser sincera, mas mente aquele que diz que por um momento ou outro não precisa usar das artimanhas da falsidade para manter um bom relacionamento social.
No mundo adulto não dá para se meter a banca de sinceridade extrema, já não fica nem bem, é imaturo, desnecessário, desmedido. Lógico que não levanto aqui a bandeira dos falsos e defendo a hipocrisia. Isso jamais. Mas é preciso se tomar cuidado com as palavras, ser menos leviano com o outro, as conseqüências não são mais o “tô de mal”. Você pode sim ser uma pessoa sincera, dizer aquilo que pensa, mas é preciso ser mais diplomático, dosar as palavras, utilizar a expressão certa para não ofender, para não invadir o espaço do outro. Porque você pode até ter a liberdade de expressar tudo o que pensa, tudo o que sente, mas sua liberdade termina onde começa a do outro.
Tem gente que usa do deboche para dizer o que pensa e diz que isso é ser sincero. Deboche nada mais é do que a covardia, covardia de se usar do humor negro para diminuir o outro, se passar por superior. É coisa de gente bem pequena.
A sinceridade nada mais é que o equilíbrio entre o sem noção, mal-educado, que ofende os outros com as palavras, e o falso, que quer apenas agradar e ser o boa praça. E, como tudo na vida, encontrar esse equilíbrio não é nada fácil.
Apontar o dedo na cara do outro e enumerar os seus defeitos pode até ser uma tarefa tranqüila, mas e quando fazem isso com você? Dá vontade de partir até mesmo pra agressão, não é verdade? Então... ser sincero não pode ser isso, não pode ser sair por ai apontando os defeitos dos outros, gritando aos quatro cantos o que o outro fez ou deixou de fazer, isso é fazer fofoca, isso é caguetar. Mas também dizer só coisas bonitas e o que o outro quer ouvir, não é ser diplomático e nem educado, isso nada mais é do que ser falso, o que está longe de ser uma atitude sincera.
Eu mesma muitas vezes sou taxada de grossa e até sou mesmo, é difícil pra mim pensar, acreditar em algo e não falar. Sou impulsiva e transparente demais, quando eu vi já até falei, mas estou tentando trabalhar isso. Não vou deixar de ser sincera se pensar antes de falar, se esperar o calor do momento passar e ser direta com as pessoas sim, mas em um momento mais adequado, em um local propício e com as palavras certas para não ferir. É difícil, é um exercício diário. Mas a sinceridade não pode se transformar em um defeito, não é? Como um animal em extinção, cada vez mais rara, ela precisa também ser apreciada e cuidada.
E então? Vai continuar afirmando que é sincero ou já está repensando a sua posição? A sinceridade nasce bruta nas pessoas, mas precisa ser lapidada, concorda?
Podemos sim dizer aquilo que pensamos, defender o nosso ponto de vista sempre, alertar os amigos, nos negarmos ao que não acreditamos, mas precisamos aprender a maneira correta de dizer sem ofender. Precisamos entender que não se ganha a confiança de ninguém na base do grito, na base do bater no peito. Sinceridade é algo bem mais difícil e complexo do que se imagina a principio. Não diz apenas sobre o caráter de uma determinada pessoa, como pensamos, mas diz principalmente sobre sua maturidade. Ser sincero é coisa de gente grande!



Fotos retiradas do Google

7 comentários:

  1. Adorei! E me identifiquei demais com o meu jeito sincera de ser... rs

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  2. Confesso que sou diplomática e garanto já passei por falsa, ñ por ser (ou talvez com certo alguém as forças obrigaram a ser) apenas por colocar minhas idéias sobre outro alguém para um néscio. Contudo ou como tudo na vida é estágio, entendi que nossas palavras devem ser estrategicamente analisadas antes de soltas ao vento. Me identifiquei demais com o texto, uma leitura gostosa, fácil e atrativa à quem interessa-se em aprender/entender. Pri Molinari

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  3. Ah, muito obrigada!!! Valeu mesmo meninas por lerem e participarem!!! Como Peter Pan ninguém ensinou a gente a crescer né? Vamos aprendendo juntas!!! Bjos

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  4. As vezes sou debochada, mas não humilho ninguém.. Uso o bom humor pra dizer umas coisas.. Aí soa como deboche.. E na verdade até é! rs
    Mas nao faço no intuito de diminuir ninguém.
    Talvez eu não seja sempre sincera, talvez eu camufle algumas verdades pra não magoar quem gosto. Mas quando é algo grave, sem dúvida, sou sim, muito sincera. E aí não tem jeito... Magoa não pelo modo como falo, mas o que é dito :o(

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  5. Eu acho que debochar de quem nem eh nosso amigo é normal. Bonito não é não, mas é normal.rsss. Agora quando é amigo ou o assunto é mais delicado, pra sermos mais humanos temos que utilizar da sinceridade, mas sabendo bem quais palavras usar. Pq oq se diz muitas vezes fere mais que um tapa...

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  6. Citei voce no meu blog, dá uma olhada lá depois!

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