domingo, 4 de julho de 2010

O CASAMENTO NÃO É MAIS PARA SEMPRE

De acordo com as estatísticas, em cada quatro casamentos, um termina em divórcio. Quando li isso, fiquei alarmada. É um número muito expressivo e chocante para passar despercebido.
Eu cresci pensando que um príncipe apareceria, em forma de um verdadeiro amor, começaríamos a nos conhecer, namoraríamos, freqüentaríamos ambas as famílias, ficaríamos noivos, planejaríamos nosso futuro conjugal e nos casaríamos, já prontos para compartilhar toda uma vida eterna. Mas, o que vem acontecendo na nova realidade tem me chocado e feito repensar minhas antigas ilusões.
A facilidade e liberdade dos novos relacionamentos tiraram o encanto do casamento. Quando as fases eram bem delimitadas, as regras muito bem impostas, o casamento era visto como o auge das realizações, o degrau máximo que um casal poderia chegar. Casava-se sabendo das dificuldades de uma vida a dois, talvez com mais ingenuidade e até mesmo com um pouco de ilusão, mas com certeza com mais consciência de tolerância e companheirismo, pois o outro teria que ser visto como o parceiro para a vida inteira, não se podia voltar atrás nas escolhas. É verdade que assim, muitos casais viveram infelizes, na obrigação de permanecer ao lado de quem se achou amar uma vez, mas se arrependeram anos depois da escolha. Mas também, era mais concreto e duradouro o amor quando ele não era um simples adjetivo, mas o verbo de uma relação.
Quando se tinha por obrigação fazer dar certo um relacionamento, quando se acreditava que um juramento tinha seu verdadeiro valor, o amor tinha que ser o principal elo de um casal, nele eles se apoiavam para exercerem a tolerância, o companheirismo, a lealdade e a cumplicidade. Quando tudo estava confuso, difícil, conturbado, a certeza que o juramento era sagrado e que o amor deveria superar os obstáculos fazia com que os casais respirassem fundo, tomassem fôlego e, de mão dadas, seguissem adiante.
Mas, hoje, com as diversas facetas que o relacionamento aderiu, com os diversos tipos de vida a dois, o amor tomou a forma de adjetivo e passou a ser passageiro e leve, mas também menos importante. Enquanto for ardente, caloroso e proveitoso um relacionamento, ele vale a pena. Mas surgiu um pequeno contratempo no meio... é chegada a hora de abandonar o barco. O amor cedeu lugar a paixões, que são avassaladoras, marcantes, mas sem nenhuma base, sem fixação.
E assim, a coragem de me entregar a alguém se tornou quase que impossível, porque com certeza eu serei alegre, moleca, divertida, admirável, flexível, forte, decidida, mas também acordarei confusa, deprimida, fragilizada, carente, insegura e será nesse momento que deixarei de ser mais atraente e, sem o amor, você pulará fora. Afinal, é o que todos fazem hoje em dia.
“Que seja eterno enquanto dure”, já dizia o poeta. Mas tem durado tão pouco não?

2 comentários:

  1. Muito pouco amiga! Muitíssimo pouco.
    Já perdi a conta de qtas vezes eu chorei de raiva por situações assim. Desde pequena eu sonhava com um "amor de verdade" e eu apostava todas as fichas em todo cara que eu conhecia. Daí as desilusões, as marcas..
    Por um lado, vc cresce. Por outro, vc perde o brilho, o sonho. Ou então ele fica apenas escondido lá dentro, até aparecer alguém especial de novo.. =)
    Nem penso em me casar mais. Só penso em ter logo meu dinheiro, meu apartamento, meu carro..
    Mas ainda sou fã de romances e "sinceramente ainda acredito num destino forte e implacável".;)

    Adorei seu blog amiga! Nem sabia que vc tinha.
    Vou te linkar no meu!

    Beeijo

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  2. É amiga, só posso falar é que estamos lascadas, ou não, né depende do ponto de vista... Eu, como aprendi com vc, cada dia tenho gostado mais e mais da minha própria companhia, então ultimamente ão tô muito interessada em nada eterno não...
    Amei o texto, vc como sempre se supera!!! Parabéns!!!! ; )
    Beijos

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