sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A BATERIA VICIOU, É HORA DE MUDAR DE APARELHO?

Uma relação viciada tem como ser recarregada? As pessoas mudam? Todos merecem uma segunda chance? Vale a pena arriscar? Até que ponto? Pequenas mudanças podem desencadear um novo tipo de relação? O amadurecimento pode reescrever uma história?
Decepções amorosas acontecem com todo mundo. Nem sempre encontramos equilíbrio e sintonia nas relações. Às vezes a balança do amor pesa mais para um lado e o outro, mais leve, menos envolvido, não compartilha das mesmas aspirações do primeiro e, daí para o termino, desilusões e mágoas é apenas uma questão de tempo.
Mas geralmente o que te faz sofrer também é o que te dá prazer e aí? Depois que o tempo passa, novas experiências surgem, você amadurece, não se envolve mais, não se deixa levar como antes. Enfim,cria cascas, fica mais desconfiada quando se trata do outro e abre os olhos pra vida, aquela mesma pessoa reaparece, como uma provação divina para saber se realmente você aprendeu a lição. Seria certo se deixar levar novamente?
Será possível depois de tanta história, tanta mágoa, desrespeito e desentendimento, reconstruir uma nova história sem cair novamente na primeira? Será que ambos darão conta do que passaram e se entenderão melhor? Ou será perda de tempo? No final, a visão de um em relação ao outro será sempre a mesma, as histórias se repetem e nada mais? Será que quem não conseguiu se envolver e se deixar levar na primeira tentativa pode fazer diferente na segunda? Será que era um amor que precisava ser lapidado ou só uma curtição masoquista?
Como saber do que se trata? Como detectar se vale a pena ou não? Dando chance ao azar? Porque, ao se permitir reviver aquilo, algumas lembranças sempre te perseguirão, será inevitável. Certas atitudes te lembrarão as atitudes passadas e dois passos para trás serão dados. Às vezes nem serão parecidas, mas o seu medo e receio farão com que pareçam ser e, ressabiada como gato escaldado, você irá se prevenir, ficando na defensiva. Você aguentará até quando? E o outro? Merece e aceitará suas desconfianças até que ponto? Histórias que vão e voltam terminam com final feliz ou isso é só historinha de infância que nossos pais contavam pra gente? Você já ouviu falar de alguma dessas histórias que deu certo?
Eu realmente não sei o que pensar. Acredito sempre que devemos nos arriscar em tudo. É melhor se arrepender do que fez do que daquilo que não fez. Mas confiar na mudança das pessoas, no interesse, no respeito quando a relação foi desgastada é algo mais complicado. Não dá para se apagar com uma borracha tudo o que se passou, não dá para recomeçar como se nunca tivesse acontecido nada antes. Ainda não inventaram a amnésia seletiva. Redescobrir um novo tipo de relacionamento, ajustar as peças, colocar a casa em ordem levará tempo. Redescobrir o que cada um representa pra si, redefinir os papéis e se convencer de que realmente se mudou pra valer demanda paciência e muita perseverança. As pessoas podem nem acreditar que aquilo dará certo, mas você precisa acreditar a todo tempo. É preciso saber que no início muito tropeço será dado, muita vontade de desistir, medo de reviver as mesmas histórias serão mais que naturais, compreensíveis, e qualquer pequeno desentendimento parecerá o fim novamente, mas se tiver fé e a certeza de que é só uma fase de ajustamento a chance de melhorar é grande. O difícil é saber se essa é a mesma vontade do outro, porque sozinho ninguém rema.
Tentar rotular as relações, embasá-las em relação à dos amigos é um grande erro. Cada um tem um tipo de relação diferenciado. É preciso apenas se tomar consciência do que se quer e encontrar alguém que tope. Nem precisa ser namoro, noivado ou casamento. Só é preciso ser o que você realmente deseja. Encontrar o tipo de intimidade que lhe satisfaça e satisfaça ao outro. Isso também irá demandar um certo desapego. Desapego às convenções sociais, ao que é cobrado da gente. Porque pra muitos é melhor ter um NAMORO falido a um encontro casual feliz. Mas quando se percebe que o que te faz feliz é ter alguém ao lado quando se precisa, mas que é bom se manter uma individualidade, uma liberdade de ter suas intimidades sem precisar pedir permissão e ainda assim contar com alguém, com o amante, o amigo, o parceiro. Ter quem procurar no meio da noite, num domingo nublado ou um sábado ensolarado e ter a chance de escapar quando aquilo parece maçante é um construção de felicidade. Mas que precisa o tempo todo ser amadurecida e conversada porque se encontrar o respeito, carinho e a cumplicidade nesse tipo de relação sem amarras é um processo bem mais complicado. Aqui não tem rótulos, mas não podem faltar sentimentos. Entende? Difícil não? Mas quem disse que tentar novamente uma relação seria fácil? Como ganhar a confiança e confiar plenamente no outro sem cair no ciúme sem sentido? Como entender quem o outro é agora sem pensar que não passa de um joguinho para te seduzir? Como se ele tivesse inventado aquela personagem porque te conhece e sabe o que você realmente espera do outro? Como acreditar e confiar que aquela pessoa mudou com as experiências da vida e se deixar levar novamente por uma história? Como pagar pra ver?
Não existe regra pra isso. Não existem táticas para detectar se o outro realmente mudou ou se é só uma cena. Porque se você testar demais pode cansar o outro e ele desistir. Pode chegar um ponto em que outro diz: Chega. Tá fazendo jogo demais. Se retraindo demais. Querendo que eu corra atrás demais. Ele não está mostrando o menor interesse, não dá o menor sinal de que quer algo diferente do comum, do que pra gente já foi falido. E ai a pessoa cai fora porque você na verdade estava na sua, apenas testando se aquela pessoa realmente mudou. Quando acordar, já perdeu.
Ou você se joga sem pára-quedas ou não arrisca. Não dá pra saber como uma prova de matemática se o outro aprendeu com a vida ou não. Se o outro amadureceu ou não. Isso é o tipo de coisa que só se descobre se deixando descobrir. Será preciso arriscar, deixar o outro se mostrar e mostrar a ele que você também quer. Será preciso tirar as máscaras, ser honesto com o outro e consigo mesmo. Esquecer o orgulho, esquecer a opinião dos amigos, esquecer o que te trava. Mas pra fazer tudo isso pare antes e pensa: Ele ou ela vale a pena?



Fotos retiradas do Google

Um comentário: