terça-feira, 1 de maio de 2012

FALTA DE COMPROMISSO TAMBÉM É FALTA DE CUIDADO

Sempre ouvimos que é preciso ter compromisso com as coisas, fazer tudo que nos propusemos a fazer, sermos dedicados aos nossos afazeres, mas e as pessoas? Onde fica o compromisso com as pessoas? O compromisso com os sentimentos das pessoas?


Pessoas são descartáveis? Na nova maneira de se relacionar não cabe mais o compromisso? Não existe mais espaço para o respeito e companheirismo? Dar atenção, se preocupar em agradar, tratar bem são requisitos somente de quem selou um pacto formal?

Ter compromisso não é namoro, não é pedido de casamento nem garantias de um futuro juntos, é apenas respeito e consideração com quem está ao seu lado naquele momento. O que tenho visto e vivido por ai é um tipo de descuido que beira à crueldade. Você conhece uma pessoa, sai com ela, se importa, faz de um tudo para que ela se sinta bem, tenta agradar de todas as formas possíveis e impossíveis, sem cobranças, sem rótulos, sem ficar em cima, tenta apenas ser leve e levar leveza e coisas positivas para o outro e em troca recebe indiferença e ignoradas. Isso mesmo. A pessoa não te procura para saber se você está bem, se passou bem a semana, não se preocupa em te chamar para conversar, para tomar um chopp, sentar à toa num boteco, conhecer seus amigos, fazer parte da sua vida. O telefone só toca de novo quando a pessoa simplesmente não arrumou nada melhor pra fazer.

Se divertir é só para amigos, conversar é com os mais chegados, dividir dúvidas e conquistas é com os colegas, sair pra balada é com os companheiros mais animados. Mulher pra apresentar e levar pra um churrasco é aquele piriguete, interesseira, rodada que já saiu com a metade da galera, mas é considerada a fofa que leva sempre as amigas. Você? Ah... você é séria demais, preocupada demais, sincera tem que ficar guardadinha pra ninguém saber. Com você ele pode sempre contar, você está sempre ali, desinteressada no que ele pode te proporcionar, desinteressada em saber o que ele tem ou deixa de ter, sempre leal e ele vai retribuir isso pra quê? Já é de graça, não é mesmo? E o que é gratuito a gente nunca valoriza.

Valor tem aquela que debocha dele por trás, que ri do quanto ele é fácil de levar na conversa. Aquela que já entrega a cartela pra ele pagar, coloca todas as bebidas dela e das amigas na comanda dele. Aquela que faz ele busca-la em casa. Aquela que esnoba, que não está nem ai para o que ele passa. Aquela que só quer saber dele quando ele está bem, quando tem algo para proporcionar a ela. Afinal, eles são iguais né? Por isso ela tem tanto valor. Porque ela é o reflexo dele. Ele diz que está cansado do que tem encontrado, mas não se cansa de procurar não é mesmo? Largar uma noite com os amigos interesseiros? Uma noite regada a álcool e baixarias pra ficar com você? Você que quer estar ao lado dele do jeito que for, que quer só dar carinho, escuta-lo, ajuda-lo? Ai é claro que não né? Deu preguiça só de pensar.

É minha amiga, pessoas interessadas em pessoas estão escassas, mas mesmo assim, quem se importa? Ainda assim estamos sozinhas. Porque não há espaço mais para histórias, para parceria, para compromisso. Não há interesse em quem se interessa pelo outro. O mundo de agora é de quem apenas se utiliza do outro por alguns momentos e pronto. De quem usa e se deixa usar e depois vai embora.

Cobrar carinho, cobrar atenção, cobrar convites? Isso não se cobra. Se dá quando se tem pra dar, se dá quando se está afim de dar. Se ele não se importa, se ele não consegue, se ele é mais um desse novo tipo de vida, o que se tem a fazer é buscar por quem ainda quer. O que não podemos jamais é aceitar menos do que queremos, menos do que merecemos. É preciso ir a luta e procurar, porque nem que seja na base da insistência, a gente vai achar!

Entrar na vida de alguém é uma dádiva. Cada um carrega dentro de si tesouros, sonhos, medos, metas, cicatrizes, histórias. Se deixar entrar e não zelar pelo que cativou é um desperdício imperdoável. De que adianta você conhecer tão bem uma pessoa em sua intimidade e não conhecê-la também como pessoa? Não se deixar conhecer por ela? Já pensou no quão maravilhosa essa pessoa pode se tornar pra você? O quanto ela pode fazer diferença na sua vida? Conhecer alguém, seus amigos, seu ciclo de convivência, se importar, correr atrás não é atitude de Zé Mané, não é atitude de gente frouxa, mas atitude de gente que não tem medo de se arriscar. Que não tem medo de finalmente ser feliz. Porque o romance pode acabar, o tico-tico no fubá pode esfriar, mas se for construída uma base, se tiver algo além do superficial, a amizade e o respeito podem continuar.

A juventude passa, o fogo passa e com o tipo de relacionamento que você tem construído quem realmente irá sobrar lá na frente? Quem vai te dar as mãos quando você cair? Se você não consegue manter ninguém próximo por muito tempo como tudo vai ser?

Eu sei que sempre é tempo de refletir e recomeçar e, se aquela boba ainda tá ai, acreditando em você: aproveita, se arrisca, tenta a sorte! Mas se ainda assim não conseguir... eu lamento por você, não por ela. Ela ainda terá a chance de ser feliz, pois ela não tem medo de encontrar o que realmente procura!


Fotos retiradas do Google

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