segunda-feira, 20 de junho de 2011

O amor virou jogo de azar

São muitos livros ensinando como conquistar o amor de sua vida, muitos filmes. É um tal de não pode ligar, não pode demonstrar interesse, não pode falar demais. Dizer o que pensa? É o fim. Seja sempre a desinteressada, demonstre superioridade. Seja a mulher dos sonhos dele, desperte a imaginação. Seja sempre misteriosa. Não compartilhe com ele suas fraquezas, seus problemas, ao lado dele você é sempre leve, divertida. Ele precisa querer estar ao seu lado como o momento de prazer dele.
Mas aonde isso vai me levar? Que amor é esse que não serve para ser meu companheiro? Que eu não posso contar nos momentos de dificuldade? Que não posso ver como um amigo? Alguém que faz parte da minha vida e está ali pros momentos de alegria e tristeza? Pra conquistar o ser amado eu não posso ser humana? Só Barbie encontra um príncipe?
Se eu não posso mais demonstrar o que sinto, se o homem de hoje só se interessa pela futilidade de uma mulher boneca: bonitinha, arrumadinha, sorridente, ouvinte e sem problemas. Por que então me relacionar com alguém? Por que mesmo eu teria que gostar de ser uma boneca inflável? Que parte disso é legal pra mim? Ah sim, já ia me esquecendo.... assim eu teria um Ken eunuco para posar na sociedade.
Eu não sei viver num jogo cheio de regras, em uma vida intima cheia de podes e não podes. Quando sinto, eu gosto de demonstrar o que sinto. Vivo aquele momento na máxima intensidade e me permito fazer e viver tudo que aquilo pode me proporcionar. Eu sou assim, não sei ser de outra forma e se eu topar jogar esse joguinho de sedução não serei eu mesma. Então de que vale conquistar o homem da minha vida se não será a mim mesmo que ele amará, mas sim somente uma pessoa programada para estar com ele?
Se eu preciso corresponder às expectativas da mulher ideal de um cara para viver com ele, então ele não precisa de alguém ao lado, ele precisa apenas de um espelho, pois serei o reflexo daquilo que ele pensa ser o ideal. Eu não quero ao meu lado um cara tão inseguro de sua masculinidade ao ponto de precisar esconder o que sente, viver na defensiva com medo do que os outros vão pensar. Essa fase da vida já passou. O carinha que tem medo de ser taxado pelos amigos de mané porque está curtindo uma garota sem esconder isso, que não diz o que sente por medo de a mulher não corresponder e fugir dele, que prefere mil vezes dar uma patada e deixar a mulher na dúvida, achando que assim a está dominando, não merece mais que uns momentos de lazer comigo. Sim, não sou hipócrita também de dizer que não me aproveito dos homens como eles se aproveitam de mim. Mas daí a levá-los a sério, a tentar perdoar suas fragilidades e justificar seus atos falhos para perpetuar a nossa relação não rola mais. Já aprendi, eles não mudam. Não comigo!
Quando um cara pensa que me pisando está me mantendo sob o seu território, que assim ele demonstra quem é o dono de quem, passando pra ele uma pseudo-segurança cômoda, ele já não me interessa mais. Ele não é homem suficiente de aceitar minha sinceridade, meu coração aberto. Minhas demonstrações cotidianas de carinho. Eu não tenho medo de me arriscar. Eu não tenho medo de assumir meus sentimentos, de dizer que quando quero alguém, eu quero muito. Digo, anuncio e repito enquanto aquele sentimento existir dentro de mim e não me arrependo. Porque se termina, quando termina, eu não saio com a sensação que poderia ter dado o melhor de mim. Eu saio consciente que joguei com todas as cartas que eu tinha na manga. Que joguei limpo, joguei aberto. Que fui eu mesma e se não correspondeu? Paciência.... é porque ainda não chegou a minha vez. Mas eu vou tentando mesmo assim, não com jogos, mas com a minha melhor cartada: a verdade, a ternura e o amor!
E assim eu vou esperando chegar aquele que realmente mereça e valorize toda essa sinceridade desprovida de jogos. Esperando chegar não um adversário, mas um parceiro para esse emocionante jogo: o jogo da vida a dois!

3 comentários:

  1. Amiga você escreveu tudo aquilo que penso sobre esses livros-receitas de como conquistar um marido, beleza, você conquista um marido, mas não um parceiro, um amigo, um amante.... e além disso, você ainda precisa ficar fingindo 24h ser uma pessoa que você não é! Sinceramente, isso não é para mim, sou assim, amável, carente, insegura, como todo ser humano, possuo minhas fraquezas e se alguém não pode me amar porque sou assim, infelizmente não quero ser amada, não desse jeito! Adorei amiga, mais uma vez você se superou!!! Parabéns!!! Sou sua fã! Beijos

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